28 janeiro 2007

MoNstreiro dos Jerónimos


Uma boa maneira de passar um domingo é visitar o nosso país e as exposições que estão a decorrer, até porque, neste dia, a entrada é gratuita. Tanto melhor!
A minha escolha de hoje foi o Museu de Arqueologia. Boa Escolha! A arte egipcia é fascinante, os mosaicos romanos também, e agora até tive sorte pois está a decorrer desde o dia 25 a exposição dos "vasos gregos em Portugal".
Esta exposição está brilhantemente organizada. O enquadramento das peças, a luminosidade e a contra-luz dos espelhos estão muito bem conseguidas. Sabe quem sabe!
Mas, e porque infelizmente há sempre um mas, a sumptuosa nave onde se localiza a exposição convida a um levantar de pescoços para admirar a magnificencia da nave e... sim, era o desaire de um decorrer tão pleno de glória. O Mosteiro dos Jerónimos, lindo que é e perfeito no seu exterior está, a meus olhos, perdidamente perdido no seu interior. A construção de raíz, nota-se, não teve manutenção, se é que não foi destruída (alguma). As abas, frontões e portas a abadias (se é que é assim que se chama), para além de não mantidas, estão fechadas com tijolos, discretos é certo, mas tijolos.
Triste das tristezas quando, além disto, ainda se descortina um jardim interior cheio de ervas daninhas, ferros e ferragens e ainda um volumoso canhão, quiçá, da época das grandes guerras, completamente abandonados.
Mas o que se passa? Não estamos a falar de um monumento do interior do país que tem de clamar por verbas do orgão central para ser mantido. Não estamos a falar de nenhum monumento perdido algures no tempo e lugar em que as visitas a si não justificam a manutenção que, tenho para mim, é justificável sempre.
Aqui entre nós, fazer de um dos ex líbris da cidade não um Mosteiro, mas um Monstreiro é uma pretensão vã de quem pensa que isso só passará aos olhos dos menos distraídos e fazer do que é nosso e da nossa História um tanto de nada e nada de tanto...