27 dezembro 2006

O tal canal...



Analistas económicos anulem-se. Qual óptimo Paretiano, qual curva de Laffer, qual escola pública de adopção do interesse geral, qual quê!?
Tento manter a minha fé nas instituições públicas por estas prosseguirem a manutenção do bem-estar geral e por provirem pelos bens públicos mas, quando fico a saber que entes das nossas forças armadas, não só têm direito a mais de 20 canais (às custas do Estado) como ainda usufruem do pacote especial Sport TV (às custas do Estado / cidadão-contribuinte-eleitor), perco não só a fé como aduzo, e cada vez com mais veracidade, que as políticas de cortes orçamentais não passam senão de restrição, não para inglês ver, e sim para Comissão ver.
Sim, claro, respeite-se o P.E.C. mas não se perca os 90 minutos da partida que com a religião não se brinca...
Mais, quando o descrédito da sociedade pelas forças armadas se faz sentir com maior intensidade (um pouco devido ao facto de as próprias Forças não se esforçarem por manter a credibilidade que tiveram em tempos), e o Estado suporta gastos, estes sim, supérfluos, imaginemos nós a futilidade imensa em que são depositados os nossos, cada vez maiores, impostos, principalmente em serviços e/ou entidades, ditas, de credibilidade social (se é que ainda existem).
Aqui entre nós, o que dá vazão a este desabafo é um silogismo quase perfeito em que, pelas chamadas falhas de governo e ineficiências da intervenção estatal, temos, consequentemente, o desacreditar geral e, diria, quase uniformizado, nas instituições que provisionam pelos serviços públicos e da produção dos bens públicos ao também já refeerido cidadão-contribuinte-eleitor, sujeito alvo de todo este embróglio.
Do orçamento de Estado e da dotação especial, específica na teoria para grandes calamidades, imprevisiveis e inadiáveis, diria eu... servem para pagar a Sport TV aos nossos soldados e marinheiros...
Entretanto pergunto:
Que mais facturas chegarão á contabilidade do Estado???
Para quando a responsabilização, bem mais que a politica, do Estado???

18 dezembro 2006

FELIZ NATAL


Tenho de pedir desculpa pela ausência mas a acumulação de trabalho (a mudança do quotidiano, os trabalhos da faculdade e a viagem ao P.E.), alteraram mesmo muito a minha vida neste conturbado Dezembro.
O meu interesse pela Sociedade é o mesmo, continuo muito atenta a tudo o que me rodeia e muito critica (q.b.). Falta-me só ordenar aos ponteiros do relógio que tomem uma outra velocidade para conseguir bater-me e debater-me aqui entre nós.
Um desejo de Natal? O ideal do meu anfitrião, Dr. Silva Peneda, num jantar em Bruxelas organizado pelo "meu" Ilustre Reitor da Universidade de Verão, o Eurodeputado Carlos Coelho, que me disse que um Homem pode não ter muitas convicções mas se tiver uma e lutar por ela, então... já valeu a pena!
Sendo assim, continuem a lutar pelo vosso ideal e se tiverem força para o fazerem, já é uma vantagem, acreditem!
Eu como adoro o Natal entrego-me ao espírito e deixo aqui um bem haja a todos, um agradecimento pela vossa participação e paciência para os meus devaneios (ou não). Continuarei a importunar-vos :)))
Nunca podemos ter tudo de bom. Isso? é pura ilusão. Mas acreditem sempre que sim porque é a utopia que nos faz lutar e, quiçá, vencer. O meu balanço do ano... Bem, positivo, claro! O arranque da faculdade, agora até ao fim, a conquista daquele benzito material que tanto adoro (o carrito), e a minha linda sobrinha Helena que traz aquela esperança no amanhã :))) Aprendi também que a felicidade nunca é completa e que num balanço temos de ter a parcela deficitária. Essa, já sabem, a minha ausente mas sempre presente amiga que me deixa...
Aqui entre nós e em qualquer parte do mundo... FELIZ NATAL e um Ano de 2007 francamente positivo para todos!!! Sejam felizes :)))

10 dezembro 2006

Mentalidade a oeste...

Já sentiam a minha falta...
Quando se prepara uma viagem, ainda que curta, no decurso de um dos piores períodos laborais e de ano lectivo, algo tem de esperar. Trago comigo algumas conclusões numa bagagem cheia de experiências e percepções que ajudam sempre a perceber o mundo em que vivemos.
Vejamos então:
De Bruxelas trago a experiência comunitária e europeia. Conhecer o Parlamento foi gratificante embora me tenha aguçado o apetite o facto de não ter visto nenhuma sessão de trabalhos. Quanto à cidade em si confesso que acho a nossa Lisboa bem mais bonita, bem mais calorosa e de positivo recordo os belos monumentos e a grande rede de transportes, lembro-me que utilizam os carris bem mais que a rodovia.
É aqui que quero chegar! O facto de estarmos atrasados no raking da Europa tem bem a ver com a falta de iniciativa num projecto a sério nas linhas ferroviárias entre nós. Deveriamos, quanto a mim, chegar a qualquer cidade espanhola nuns escassos 60 minutos, um pouco menos, um pouco mais. Mas não! Deveríamos ter linhas de elétrico, metro, however, a percorrer as nossas principais cidades de modo a dinamizá-las e explorá-las ao máximo. Mas não! E não porquê??? Teremos a mentalidade virada para oeste? Parece-me que sim! Somos um povo virado para o mar sempre à espera que algum Sebastião volte do nevoeiro... No canto estamos e parece que no canto queremos estar.
É óbvio que a nossa localização geográfica nos ajudou a ter este sentimento. Fui de Bruxelas a Amesterdão em 2h30m exactamente porque, no meu entender, nestes países onde as fronteiras se fazem na pluralidade, a necessidade de ligação na circulação de pessoas e mercadorias se fez sentir bem mais profundamente.
Dos históricos que oiço, nas monarquias a identidade é sentida de forma inequivoca e isso torna-se um meio de impulsão nas economias nacionais e na exploração da marca nacional, não só entre compatriotas mas também para exportação. Entendo curiosa a fundamentação, e aceito-a enquanto verdade, embora não admita que será, agora, essa a solução.
A concluir, muito temos a fazer e, se já era minha convicção que devemos apostar nas linhas férreas bem antes do que nas OTA's deste país, aqui entre nós, esta convicção tornou-se quase uma ideologia de meios aos fins.