10 dezembro 2006

Mentalidade a oeste...

Já sentiam a minha falta...
Quando se prepara uma viagem, ainda que curta, no decurso de um dos piores períodos laborais e de ano lectivo, algo tem de esperar. Trago comigo algumas conclusões numa bagagem cheia de experiências e percepções que ajudam sempre a perceber o mundo em que vivemos.
Vejamos então:
De Bruxelas trago a experiência comunitária e europeia. Conhecer o Parlamento foi gratificante embora me tenha aguçado o apetite o facto de não ter visto nenhuma sessão de trabalhos. Quanto à cidade em si confesso que acho a nossa Lisboa bem mais bonita, bem mais calorosa e de positivo recordo os belos monumentos e a grande rede de transportes, lembro-me que utilizam os carris bem mais que a rodovia.
É aqui que quero chegar! O facto de estarmos atrasados no raking da Europa tem bem a ver com a falta de iniciativa num projecto a sério nas linhas ferroviárias entre nós. Deveriamos, quanto a mim, chegar a qualquer cidade espanhola nuns escassos 60 minutos, um pouco menos, um pouco mais. Mas não! Deveríamos ter linhas de elétrico, metro, however, a percorrer as nossas principais cidades de modo a dinamizá-las e explorá-las ao máximo. Mas não! E não porquê??? Teremos a mentalidade virada para oeste? Parece-me que sim! Somos um povo virado para o mar sempre à espera que algum Sebastião volte do nevoeiro... No canto estamos e parece que no canto queremos estar.
É óbvio que a nossa localização geográfica nos ajudou a ter este sentimento. Fui de Bruxelas a Amesterdão em 2h30m exactamente porque, no meu entender, nestes países onde as fronteiras se fazem na pluralidade, a necessidade de ligação na circulação de pessoas e mercadorias se fez sentir bem mais profundamente.
Dos históricos que oiço, nas monarquias a identidade é sentida de forma inequivoca e isso torna-se um meio de impulsão nas economias nacionais e na exploração da marca nacional, não só entre compatriotas mas também para exportação. Entendo curiosa a fundamentação, e aceito-a enquanto verdade, embora não admita que será, agora, essa a solução.
A concluir, muito temos a fazer e, se já era minha convicção que devemos apostar nas linhas férreas bem antes do que nas OTA's deste país, aqui entre nós, esta convicção tornou-se quase uma ideologia de meios aos fins.