25 outubro 2006

A outra metade da Laranja


Sobre a proposta de Luís Filipe Menezes tenho de dizer que o compreendo perfeitamente. Compreendo mas NÃO CONCORDO. Seria desperdiçar o trabalho Social-Democrata no que foi o lançar de meios à credibilização do partido que, quer queiramos quer não, foi gravemente fragilizado com a troca Durão/Santana, com toca a polémica e mediatização envolvendo o segundo e isto, quando o país precisava de trabalho àrduo e rigoroso para ultrapassar a situação que herditáriamente lhe pesava nisso mesmo, na herança.
O timing de Luís Filipe Menezes nunca é o certo, já não o foi anteriormente e, mais uma vez, se efectiva.
Terei de concordar, por isso, em toda a plenitude, com a afirmação de Marcelo Rebelo de Sousa que vos deixo à consideração:
"Se aceitasse, Mendes tinha que engolir duplamente: era Menezes quem propunha e Sócrates quem ganhava"
Teremos sempre, entre nós, o que eu digo ser, a outra metade da Laranja.

2 Comments:

Blogger Gonçalo Capitão said...

O Professor Marcelo é inteligente (eu que o diga, que sou orientado por ele, por sorte), mas o dr. Marques Mendes também poderia dar uma imagem de abrangência ao aceitar a sugestão do dr. Menezes, retirando alguma chama ao espírito de irredutíveis gauleses que este vai incutindo nos seus apoiantes, beneficiando do relativo sectarismo de muitos dos que estão no cerne do mendismo.

Quanto à moção de censura, entendo que seria uma boa medida para enquadrar partidariamente o crescente descontentamento social.

Seriam, pelo menos, 3 dias (antes, durante e o rescaldo) de holofotes no PSD, liderando o debate sobre o "estrago" da Nação.

O "niet" do PS seria o menos...

Os pactos de regime são bons, mas aproveitam às duas partes, pelo que o PSD tem que criar momentos em que "lucre" sózinho, se quer ganhar o poder, em lugar de esperar que este caia, apodrecido.

26/10/06 07:56  
Blogger Sara Gonçalves Brito said...

Gonçalo, aceito os argumentos, aliás, muito bem explicados :)
Penso porém que, numa altura em que o previsível se nos mostra realidade, uma moção não nos iria tornar credíveis e antes mediáticos. A nossa política não seria "de trabalho" e antes, e somente, de "oposição" e da crítica pela pura crítica e isso não é bem aceite, nunca o foi, parece-me.
Por isso também, comecei logo por referir que percebia perfeitamente as motivações de Luis Filipe Menezes, pois, em estado de calamidade proclame-se o "estado de emergência" e, no actual estado da nação...

26/10/06 11:30  

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