Lisboa. Bem pensado, mal jogado
O critério Mendista foi levado ao mais alto nível. Para além de não admitir políticos-arguidos como escolhas suas e/ou apoiados por si, Mendes escolhe o idóneo juíz de direito Fernando Negrão para ser candidato, nas eleições intercalares, à Câmara de Lisboa.
É claro que, vindo de Setúbal será uma boa escolha (brincando), talvez até melhor escolha do que Seara pois, embora Negrão também tenha de "largar" as funções numa Câmara (Setúbal), não terá o peso de um, eventual, abandono de um Presidente.
Escolha feita, a tarefa não será fácil e muitos serão os Lisboetas que não conhecem e, por isso mesmo ignoram, as competências do agora candidato.
Num outro campo admiro, a irem para a frente, as candidaturas de Roseta e Carmona. É que, estas sim monstram o verdadeiro sentido de uma candidatura pelas gentes locais e não somente pelas cores partidárias que se tenha (refiro-me óbviamente a António Costa).
Admiro Roseta desde que se devinculou do partido na "campanha do aborto" e agora, ainda mais, por sentir que realmente é preciso coragem para enfrentar o próprio partido. Claro que é necessário espírito de lealdade mas parece que a arrogância de Sócrates toca até aos seus.
Por outro lado temos Carmona. Um arguido não tem de ser necessáriamente um culpado e, visto não ter o apoio partidário, apesar da vontade de governar a capital, vista-se a camisola e "mãos à obra". Contudo, e, porque não há bela sem senão, Carmona pensa bem e joga mal.
Não jogará mal para si, talvez (embora eu pense que sim devido aos últimos resultados eleitorais), mas jogará mal para o PSD pois fraccionará o eleitorado (embora também pense que - nesta altura - isso não seja uma sua preocupação e/ou mesmo um dever e nem tem de ser, convinhamos).
Assim, talvez só restará dizer que a má jogada está mesmo no seio do partido. Ora até mesmo José Sócrates foi irónicamente bater no mesmo requisito que Marques Mendes na substituição do seu ministro na remodelação ao Governo (Rui Pereira).
Aqui entre nós, com os candidatos escolhidos, esperemos por um bom resultado (novamente), sendo que, agora mais do que nunca, nada mais deverá acontecer para fragilizar os Sociais-Democratas.
7 Comments:
Um dos nossos grandes problemas é continuarmos a pensar política (cores).
É verdade sim, concordo mesmo.
Eu própria já vi coisas que nunca pensei que existissem. Uma hipocrisia completa mas, por outro lado, há muita gente de vontade honesta para trabalhar pelo próximo ;)
É curioso como os dois comentários que antecedem este meu conseguem tocar os dois extremos do drama em que cada vez mais se repercute o nosso comportamento social. A má e a boa fé.
Ou será que sou eu a ver muito para lá do que a vista alcança ?
Sarinha, será mesmo que o PSD se vai dividir? Quantos votos é que dás ao Negrão? :festival da canção mode: Eu se pudesse votar, votava Carmona. Gosto dele, e além disso, até prova em contrário ele é inocente;)
Rita:
não está fácil não. Ainda não havia certezas da sua candidatura e já A.Costa estava à frente.
Por outro lado admiro a coragem de Carmona, que soube agora, vai mesmo levar a candidatura para a frente. Eu acho bem, embora pense Ritita que também não terá lá muito sucesso. Também! :s Mas de qualquer forma a isto sim chamo democracia com real sentido. Agora esperemos para ver :)
Cesto Sentido:
Os comentários tocam sim os dois extremos. Ou talvez. Mas é que em política sente-se com grande vigor o limite entre o bom e o mau. Ou pelo menos parece-me ;)
De facto assim parece SGB, assim parece. Pena que essa política a que fazes alusão ( fazes tu e já fiz eu ), há muito se tornou um estranho palco onde se representa a nossa mais trágica realidade. A que pagamos diariamente. Na pele e na carteira. Mas deixemo-nos de choraminguices, não quero aqui alimentar nenhum forum de discussão sobre tão estéril tema. A saudar-te a perspicácia, saio pela esquerda baixa.
Gostei do "saio pela esquerda baixa" :) e gostei mesmo porque admiro quem me dá o toque do que sente ser um sentimento seu, passo a redondância.
Eu não me assumo como uma direita conservadora, nada disso! Apesar de por vezes até poder parecer, admito :p Penso é que as reformas mais liberais nunca se fizeram e fazem de forma correcta e trazem sempre imensos caminbhos sinuosos e, por isso, penso que estar cá um centro, sinónimo de equilibrio e meia medida faz sempre bem ;) Mas vamos expondo ideias aqui entre nós... estaremos sempre a aprender, eu pelo menos :)
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