25 maio 2007

A caminho do deserto... todos os dias.

Já estavam à espera desta postagem. Admitam!
Claro! Claro que foi com estupefacção que - eu sossegadinha no meu canto a ouvir as notícias do dia - oiço uma coisa do género que andaria eu a caminhar para o deserto todos os dias.
O ministro das obras públicas, Mário Lino, para além de ter dado o chamado "tiro no pé", mostrou incapacidade de gestão da opção OTA, passando por isso, E DESCONHECENDO AO QUE PARECE, a margem sul do tejo, a afrontá-la. Mário Lino cometeu vários erros num só discurso.
Primeiro o flagrante. Denominar a região a sul do Tejo de desértica, sem escolas, hospitais (a que querem fechar mais, lembre-se), comércio, estradas e já nem sei quantos mais despautérios, mostra-se um governante inseguro, intranquilo, e, perdoem-me, ignorante para não chamar coisa pior.
O segundo erro decorre do primeiro. Ora, se não temos nada disso, continuaremos a viver assim? não seria de investir e, no mesmo passo, resolver assim essas lacunas imensas com uma intervenção urgente do executivo???
Ainda como eventual erro, Mário Lino não apresentou nenhum argumento de um profissional ou de um governante, com bases sólidas e definidas à exaustão. Não apresentou números, não apresentou dados, nada! Aliás, como poderia este apresentar dados se, dada a sua intervenção, desconhece por completo a densidade populacional da margem sul?
É que, vir depois corrigir dizendo que se estava a referir a apenas três localidades não é um quanto baste. E isto até porque, digo eu aqui entre nós ao Sr. Ministro, a população que mais se auto-denomina como pertencendo à margem sul do Tejo é a imediatamente situada à travessia da ponte, onde está, irónicamente, a maior concentração.
De qualquer forma, o que o Sr. Ministro conseguiu, como já é (mau) hábito, foi desfocar a atenção dos problemas centrais que implicarão a construção do novo aeroporto.
Somente para finalizar, já não foi de bom tom o tipo de linguagem utilizada por um governante que se quer sério, e ainda vem, Almeida Santos enterrar mais o Executivo, pondo em alerta os Portugueses para um eventual atentado à bomba.
Pergunto: estarei em segurança? é que faço a travessia da ponte quase diáriamente. Pois. Se já se admite o terrorismo como uma realidade presente em Portugal, então, terei de exigir o reforço da segurança pois nada me parece estar a ser feito e, agora sim, começo a temer pela minha segurança.