18 março 2007

MULHER. Porque "A" igualdade é feminino.

Por ocasião do dia 8 deste mês questionava-me como poderia fazê-lo tornar-se útil para mim, visto que em nada estava a ser diferente dos restantes 365 dias do ano. Foi nessa iniciativa que descobri algumas marcas da História que, ainda hoje, têm em mim a estupefacção que, aqui entre nós, não poderia deixar de partilhar.

1969: Foi introduzida na legislação nacional o princípio "salário igual para trabalho igual" e a mulher casada pode transpor a fronteira portuguesa sem a licença so marido (licença???)

1976: Abolido o direito do marido de abrir a correspondência da mulher (no pós 25 de Abril existia algum tipo de escravidão que desconheça?)

1978: Revisão do Código Civil e segundo o Direito da Família, a mulher deixa de ter o estatuto de dependência (dependente??? mas marido será alguma droga ou vício???) para ter um estatuto de igualdade com o homem; desaparece a figura do "chefe de família" (progressão na carreira???); o governo doméstico deixa de pertencer por direito próprio (direito???) à mulher; deixa de haver poder marital; a mulher deixa de precisar da autorização do marido para ser comerciante.

Eu que me admito uma mulher independente só posso considerar absurdo uma democracia que se proclama igualitária mas que não podemos esperar que seja moderna se apenas tem 30 anos de democracia igualitária e que mesmo assim deixa muito, mas muito mesmo, a desejar.
Aqui entre nós, impor uma igualdade parlamentar, que não o será, assente em quotas, não me parece a solução mas deixar que as oportunidades caiam em preconceitos também me parece, literalmente, mentalidade do século passado.
nota: a foto encontra-se em olhares.com e não recai em mim nenhum tipo de desvelo por esta foto. Coloquei-a aqui e até me atreveria a dizer que não precisaria de dizer nada pois ela tem uma descrição imensa e uma carga negativa que, de per si, já dizem tudo.

6 Comments:

Blogger Bruno said...

Pois é, eu que sou gajo e que coloquei um post sobre futebol no Dia da Mulher, aproveito para vir aqui dizer que também me parece que o papel da mulher na sociedade não vai ser grandemente ajudado por leis que imponham a presença “delas” seja onde for.

As mulheres já conseguiram impor muita coisa, sim. Conseguiram impor-se nas suas casas, nas famílias, nas empresas e até na política já muitas o fizeram sem necessitarem de quotas. Fizeram-no necessitando “apenas” de convicção, coragem e valor. Mas como é óbvio, tendo começado mais tarde do que os homens, é necessário que o tempo leve as coisas a um maior equilíbrio.

E é necessário também que as próprias mulheres queiram participar em tudo aquilo a que têm direito. E é necessário também que elas se preocupem em contribuir para uma verdadeira igualdade, libertando-se do estigma de que ser mulher é uma vantagem ou desvantagem conforme os casos. Ser Mulher é uma condição e é com essa condição que vocês deverão vencer mas nunca por causa dessa condição.

19/3/07 07:01  
Blogger Bruno said...

Ah! e já agora só para assinalar que no tal post sobre bola, colocado no Dia da Mulher, até agora só há comentários femininos...

19/3/07 07:07  
Blogger Luis Eme said...

Aquilo da correspondência em 1976, é no mínimo curioso, Sara.

Infelizmente ainda há um longo caminho a percorrer até à "Igualdade", até porque há muitas mulheres que não ajudam nada (como as da foto...).

19/3/07 07:53  
Anonymous Anónimo said...

"Ser Mulher é uma condição e é com essa condição que vocês deverão vencer mas nunca por causa dessa condição. " Concordo!

Tina Varela

20/3/07 03:27  
Anonymous Anónimo said...

Ser Mulher é uma condição e é com essa condição que vocês deverão vencer mas nunca por causa dessa condição.

20/3/07 03:28  
Blogger Dulce said...

Sara,

depois da evolução da desejável paridade entre homem e mulher na nossa recente democracia, com alterações tão significativas como a que focaste - o facto de passar a ser considerado (e bem) violação do direito de correspondência mesmo entre casal... retrocedemos e voltamos a discriminar a mulher (há quem fale em discriminação positiva... mas é termo que eu não aprecio!) obrigando-a a ingressar nas listas eleitorais porque "sim", porque "a lei exige" e não porque ela o deseje ou considere que tenha mérito para tal!

Será que é dificil de alcançar o cerne da questão?! A mudança não tinha que ser feita na lei... apenas e tão somente nos cérebros masculinos que governam estruturas partidárias e que preterem mulheres ou colocam entraves à sua emancipação no seio político-partidário!

Desculpa o desabafo... mas esta questão das quotas já me deu muito que falar... e que refilar! De pouco me valeu porque nas próximas eleições lá vamos nós mulheres a reboque nas listas eleitorais! :(

23/3/07 19:21  

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