16 setembro 2006

Uma questão de Justiça


O que deveria ser o normal funcionamento das instituições passou a ser palhaçada e um caso mediático.
Em todo o desenvolvimento do "caso Mateus", volta e meia, questiona-se a legitimidade do Gil Vicente para recorrer aos Tribunais e nunca se questiona, afinal, a legitimidade da FIFA para impor coisa nenhuma...
Suspeita, ou não, para falar, tenho de dizer que nenhuma instituição pode garantir a Justiça, pelo menos, tal como eu a entendo. Sob a escapatória de se tratar de àrea adversa aos corredores dos Tribunais, temos uma àrea de patrões onde se manda o que se quer mandar.
Pois eu penso que não. O acesso aos Tribunais é um direito constitucionalmente previsto, de garante dos direitos e deveres dos cidadãos, direitos das demais instituições e mais, se até o Estado pode "estar sentado no banco dos réus", porquê que o mundo do futebol não pode entrar numa sala de audiências?
É que, veja-se, não se trata apenas de uma questão técnica como legisla a "lei do desporto". Não, não estamos a discutir se em tal jogo houve ou não uma grande penalidade...
Não aceito, nem legitimo, a FIFA como uma espécie de Supremo Tribunal de Justiça no "mundo da bola" e, por isso, o Gil Vicente teve a expressão que teve dos sócios no apoio à Direcção.
O futebol foi sempre visto como algo intocável e é por isso que existe tanta corrupção, seja em que clube for. Mas entretanto isto fica aqui entre nós.