16 setembro 2006

Crisofilia Europeia e Crise em Portugal?


É sempre com grande estupefacção que vejo um qualquer cidadão de Portugal defender que Durão Barroso "fugiu para a Europa". Não só porque me parece contraditório afirmar, o que parece ser, ele não presta por ter ido mas aqui faz falta, mas também porque em pleno século XXI estarmos fechados em círculos proteccionistas e não nos sentirmos europeus, só nos vais atrasar ainda mais no desenvolvimento e empreendedorismo do nosso país.
Quando temos sempre a ideia de que somos pequenos face a outros gigantes europeus e quando o nome Portugal é proposto para tal nobre cargo, em vez de apoiarmos e sentirmos orgulho no nosso país pelo mérito da nomeação, inferiorizamo-nos ainda mais e apontamos o dedo àquele que nos vai representar e levar a nossa bandeira, caindo em discursos "de fuga", como se se tratasse de uma espécie de exílio político.
A Comissão Europeia é o orgão executivo, por excelência, na União Europeia. Esta, executa também o que se emana de outros orgãos da U.E.. Não será promotor e afirmante para Portugal ter o nosso país na mesa da Presidência de tal orgão?
Se assim não pensarmos é porque ainda ficamos retidos na palavra crise, tal como referiu o próprio Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Condenamos em vez de incentivarmos o espírito de liderança português que deveria ser, esse sim, o motor de todas as estruturas económicas e socias de Portugal, para crescermos e sermos cada vez mais fortes.
Porquê não pensar e acreditar que ocupar um cargo europeu é tão ou mais importante que o desempenhar de funções a nível de Estado?
Sei que este discurso ainda vai ser difícil de obter, pois, muitos de nós, continuam embrelhados na crise de Portugal, fatigando uma crisofilia instalada no sentimento europeu.
Mas esse sentimento europeísta, que eu defendo, só pode ser conseguido com a marca Portugal e, por isso, vamos por as bandeiras á janela sim, mas não só no futebol. O colocar de bandeiras tem de ser para os futuros cargos na U.E., para a nossa indústria, para as nossas empresas, para a nossa gente, para o nosso Portugal português.
Vamos ser a Europa, vamos ser PORTUGAL!
Apenas para concluir, com tanto cepticismo instalado, quando para muitos a U.E. é um Estado vizinho onde só se vai de vez em quando para garantir um ou outro fundo, quando tento instruir em qualquer parte este meu Eurotuguês e como nem sempre consigo, limito-me a pensar, limito-me a escrever, limito-me a desabafos e sei que, entretanto,isto fica... aqui entre nós.